A minha ilha

10.00 da manhã.
O Ray na rádio; incentivo necessário para finalmente sair da cama de forma arrastada depois de me espreguiçar revendo mentalmente os motivos desta mesma necessidade.

Já tinha mudado o despertador das 8.30 para as 8.45;
desta para as 9.15 e depois paras as 9.30…
mas acho que é agora que me levanto.

Ligo o portátil antes de ir a casa de banho mandar um “fodasse” porque apertaram exageradamente as torneiras da banheira novamente;
“que necessidade disso, realmente!”.
De volta ao quarto, com o sabor na boca daquele elixir manhoso que não é de menta nem coisa nenhuma, coloco uma selecção de musicas a tocar enquanto ligo a net caindo no erro fantástico de abrir a pagina do “Publico” antes de secar o cabelo e vestir qualquer coisa… não admira que ande sempre doente!

As portadas abertas mostram mais um dia cinzento de chuva; não me importa muito, na verdade.

Na cozinha abro o frigorifico e despejo o meu leite magro numa caneca do nesquik; supostamente a cara do coelho devia alegrar a minha manhã.
Mas coço a testa enquanto a atiro para dentro do microondas e penso que se calhar devia fazer uma limpeza ao sitio.
Não importa… lavo a loiça do dia anterior.

A minha roupa seca na estendal da entrada á quase três dias… devia fazer algo quanto a isso também.
Mas primeiro tenho que tomar o pequeno-almoço.

Sento-me a ouvir a música que vem do meu quarto ao mesmo tempo que ouço algum tipo de barulho de protesto dos vizinhos de cima… devem ser horas escandalosas para esta gente que fica acordada a noite toda.
Mas é impossível eu saber.
Graças a deus pelos pacinone antes de deitar!

Ligo o telemóvel por nenhum motivo, não há mensagens à espera de serem entregues, enquanto levo a caneca amarela à boca e me lembro que não gosto lá muito de leite simples.

Com um copo de água á minha frente acendo um cigarro que me sabe estranhamente mal.
“Português?! Quando comprei isto?!”
Mas a questão agora é mesmo se tomo o xarope da tosse antes ou depois de o fumar.

Tiro qualquer coisa do congelador para um prato,
“ao almoço isto com massa ou arroz, logo se vê!”

Volto para o quarto e arranjo a cama; olho para ela sem vontade… vou passar o resto da manha aqui a estudar e o livro já olha para mim do sitio do chão onde se encontra.

Sento-me novamente á secretaria no portátil, embora ninguém esteja online, e perco tempo com algum pormenor estúpido e não muito importante.

12.30 Se calhar já se estudava.
Mas não tenho mais roupa para por a lavar?!

Comentários

Mensagens populares