Já anseio!

Instante de libertação completa não só do corpo mas também da alma.

Quando senti pela primeira vez fiquei totalmente viciada,
apaixonada, louca por aquele calor a meio de Fevereiro.

A pele quente, o sangue a escaldar, a cabeça à toa,
naquele Inverno doía mais de prazer com o frio da atmosfera, até com a chuva que corria pela minha testa.

O frenesim era total e o ritmo completamente novo;
ainda assim cada célula do meu corpo respondia instintivamente a cada toque e a música de fundo mal era perceptível aos meus ouvidos.

Um infinito de sentidos descoberto num segundo, todos novos tão maravilhosos como nunca julguei ser possível. Novas cores; novas visões!

Não pensei ter em mim tamanha destreza de movimentos,
tamanha capacidade de abstracção de mente e de entrega completa,
como disse, do corpo e da alma.

Pensei para mim se teria sido a primeira pessoa a descobri-la;
porque não ma tinhas mostrado mais cedo;
e lamentei cada minuto passado antes de a conhecer- Aquela sensaçao!

Mas olhei em volta para a multidão em cada rua e denotei que não era assim. Não parecia um sentimento novo;
todos os sentiam também, e há muito mais tempo do que eu…
a novidade e a admiração parecia provir somente de mim.

Mesmo assim fiquei feliz.
O que importava é que tinha descoberto a tempo e que podia agora desfrutar daquele momento:
uma orgia pura de sensações.
A perfeita comunhão de seres.
Tudo graças a ti.

E até hoje fiquei completamente doida com tudo aquilo desejando sempre mais.

Mais daquele tempo em que nada parece grave o suficiente,
sério o suficiente ou urgente o suficiente para relevar naquele instante;
mais daquele tempo em que realmente unidos somos um só; um ritmo; um objectivo; um extravasar energias e ideais e críticas e vontades.
Daquele tempo em que cada um é exactamente aquilo que lhe apetece ser.

Naturalmente que fiquei extasiada de emoção por ti que és a razão de sentir tudo isso.

Vivo hoje aquela sensação como se fosse sempre a primeira vez.

Um eterno primeiro beijo.

Anseio, neste preciso momento,
como se fosse a primeira vez também,
só porque é contigo.

Num dia distante,
quando a minha loucura amainar
vou constatar
e conseguir dizer-te
o quanto realmente te amei,
carnaval!

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