Ao som de uma Gargalhada

O porque do humor é algo que me ultrapassa.
Mais um elemento desta lista que, na minha mente, parece-me cada dia tão vasta quanto mais nela pondero, mas isso advém do meu pensar diário naquilo que vejo e sinto- talvez até da falta de uma ocupação alternativa; no entanto é um facto digno de se admitir.

Mas isto tudo porque na capacidade humorística
- aquela que permite alguém rir de algo-
de cada um pode espelhar-se a alma por vezes escondida por conveniências da vida ou estados de espírito momentâneos.
É talvez uma forma de se conhecer alguém, compreender a sua essência, até onde ela consegue ir, mesmo, até, por onde tem passado.

Uma história de vida em segundos, implícita numa expressão.
Daí talvez até o temor (ou então, perceba-se, a má conotação) dada a este tipo de arte e forma de estar- o facto de conseguir ser exactamente tão reveladora, ou de fazer revelar; como quando alguém cora inadvertidamente e sem intenção, revelando assim parte de si que até desejava manter em segredo.

Daí a inconveniência ser a alma do humorismo.
Isto tudo porque, muito para além de provocar alienação de problemas e vicissitudes da vida; a verdade é que, no dia-a-dia, o humor é tão mais que isso- exactamente a razão, o porquê, de me ultrapassar.
Por isso tão engraçado pensar em tudo o que o envolve, para além dos risos.
Por isso tão engraçado pensar que, talvez, um humorista, no fundo, tal como a fera, anda sempre sozinho.

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