Vozes de mim

Hoje levantaram-se vozes criticas contra a minha pessoa.
Daquelas pouco contrutivas sem objectivo e proposito.
Não sei bem o que significavam, penso que observações definitorias como impertinente e (ou) caprichosa. Deveria talvez indignar-me, tomar isso com um ultraje.
Talvez.
Mas por algum motivo não o faço, fala mais alto a minha propria voz.
Gosto de pensar que assim me tomam por ser eu mais firme e constante na minha forma de estar, mesmo que não seja de todo um formato pacifico ou comedido.

Depois reflito e duvido… a constancia de personalidade pode tambem não ser algo positivo quando pensada como um entravo ao proprio desenvolvimento natural da personalidade.
Duvido novamente ao considerar que ela propria é formada pela vida, mas parte sempre de dentro, do ser que sou antes de o ser verdadeiramente: o crescimento!
É (ou deveria ser), quiça, a dissertação quotidiana do diamante em bruto que somos em criança- a vida é uma pedra ambular.
Assim, o merito de eu ser como sou não parte somente da minha vida, mas parte de mim com ser. Não parte do momento historico que me calhou mas de mim.
Depois penso, sim, são as personalidades que fazem a historia e nunca ao contrario.
Se a historia parte delas, então é ainda mais pesado o fardo da importancia definitoria dos meus principios interiores, pois estes sim escrevem na linha continua do tempo.

Paro.

Afinal aquelas vozes criticas não partiram do exterior, ouvia-as agora no meu proprio timbre como o eco de uma lembrança, de uma preocupaçao.
Apercebi-me nesse momento que tenho em mim todas as vozes do mundo, e que por isso questiono sozinha aquilo que sou todos os dias, simplesmente porque o sou dessa forma.

Sorrio para mim na atitude quase perigosamente presunsosa ao pensar que a personalidade (nas palavras de Gilbert Cesborn) é como um perfume de qualidade, quem o usa é o único que não sente o seu aroma.

Permaneço a sorrir.

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