Chove Chuva

Ando feliz.
Daquela felicidade descabida.

Sorrio para o temporal á minha volta.
A chuva, o frio, o vento lá fora fazem-me sentir ainda melhor onde estou.
Abro a janela ocasionalmente para sentir
a tempestade no corpo...
e mesmo assim adoro!
Ela dá-me a conhecer a mim própria.
Sinto as gostas de agua na face,
sinto todos os traços que não consigo identificar no espelho.
Sinto o vento no cabelo e consigo vê-lo dançar à minha volta.
Sinto o corpo de novas formas, arrefeço a cabeça e conheço o cheiro do meu cabelo molhado.
Troveja e as pupilas dos meus olhos dilatam e os meus tímpanos tinem em êxtase…
adoro!
Fico feliz com a tempestade,
(penso que até mesmo apaixonada)
mesmo daquelas que me pressiona o cérebro e a mente,
coloca-me ao teste, doí, arde-me…
...adoro.

Adoro ainda mais quando acontece daquelas insuportáveis, daquelas em que o vento corta o ar violentamente e a chuva encharca até os pensamentos;
daquelas que desgastam o ser e a alma.
Adoro.
(estou apaixonada pela tempestade...
...secalhar por mim mesma!)

Fazem a vida valer a pena.
Fazem-me adorar também os dias de sol.
É a natureza e a divina providencia no calor do momento- tambem elas apaixonadas por alguma coisa.
Além de que, quanto mais violenta a tempestade, tanto menor a sua duração.
Adoro.