Escrevo (por vezes) -Te


Sei que não é o tradicional. 
Desenho-te, com o indicador direito levantado sobre a nossa cabeça, epopeias épicas. O poema que te escrevo, faço-o com o sangue das minhas veias, as suas letras são constelações que te aponto num céu estrelado.

Perguntas-te se deves aceitar esse gesto singelo. Pois eu digo-te: aceita-o. Aceita-o pelo que é – um rascunho temporário na noite escura. Não se trata de correntes que te prendam à terra, antes um mapa astral que te guie. Quando quiseres.

Um dia posso dar-te flores. E elas serão somente isso: flores. Porque entendo que um homem também as pode desejar.

Um dia podes ser o personagem principal do meu livro mais vendido, do meu poema mais famoso.
Não sou poeta, ou poetisa, mas escorreria tinta se me sentasse a pensar em ti. Novamente, sem nenhum propósito  sem promessa – pela arte do momento. Como musa de poeta de outros tempos.

Um dia posso levar-te a qualquer lado. Ao fundo da rua. Ao fundo do mar. Não importa. Mas posso levar-te ao colo e deitar-te num campo relvado em dia de Verão, ou antes numa banheira de espuma.

Fica a saber que não sou de meias paixões, noites únicas  beijos passageiros. As coisas para mim são sempre a sério - o tal eterno enquanto dura. Deixava tudo. Cortava os pulsos. Batia em alguém…
Ou qualquer coisa, que não isso tudo (isso tudo talvez seja exagero), mas sempre muito próximo do extremo.
Para mim é eterno. Eterno sem a âncora, mas sem traição. Infinito sem persseguição, mas com interesse. Pelo menos enquanto estivermos em sintonia.

Não te sirvo. Não me serves.

Escrevo-te enquanto me deixares. Largo-te quando me pedires.

Comentários

Mensagens populares