Madrugadas.

Gosto de ti, assim, pela madrugada. 
Ás horas do sol nascer, como ficas perfeito nesse discurso ensonado de quem não quer ir embora.
No riso rouco perco a noção e despenteio o cabelo com a mão esquerda. 
Deixo morrer o cigarro e virar o último copo.
Tiro os sapatos e desabotoas mais um botão da camisa, está sempre calor pela madrugada.

Assim, sabe-me a pouco as madrugadas em que não posso gostar de ti. Não sei o que fazer ao último copo, não tiro os sapatos nem despenteio o cabelo. Fico estranhamente alinhada pela madrugada, quando não estás.

Sabes… não me quero alinhar pela madrugada. Preferia um caminho mais inconstante e parvo, inconsequente e adolescente. Isso porque parece que gosto de ti aos esses pela madrugada.


Aposto que ia gostar de ti pela tarde, numa praia qualquer, talvez num rio perdido dos mapas. Mas por agora só sei que gosto de ti pela madrugada. Se não for por mais nada, que seja só isso.

(2012)

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