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Não quero a minha verdade, preferia a de outra pessoa qualquer. Sem julgamentos e balanças entre o bem e o mal, o que está bom e podia estar melhor, preferia simplesmente diferente.
Ser o gato que brinca na rua, a mulher que lava no rio, Lídia que placidamente olha as flores, do que eu própria. Ser outro permanecendo eu, pois só assim retiraria o verdadeiro prazer em ter uma verdade que não é a minha – mas isso já foi desejado, não é novidade.

Fujo da negativa caindo nela sem pensar. Temo o seu til mais do que outro sinal condenado a uma vogal, repugno a sua forma. Torna os meus pensamentos negativos, o meu vocabulário limitado e infantil o discurso dirigido a um futuro que não vejo, não consigo ver, nem prever, nem sonhar.

Saltar para uma verdade diferente. Ou então a minha própria verdade daqui a, vejamos, cinco anos, podia ser?! Talvez não.
Viver um dia de cada vez, como manda a reza. Inspirar fundo muitas vezes para acalmar a ansiedade que se levanta quando me obrigo a viver assim, como um bebe que existe porque alguém o alimenta.

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