Esqueceste-te de mim

É estranho ao que o tempo nos trouxe. Mas o mesmo já guarda longe tudo aquilo que não é agora. Não posso dizer que me arrependo simplesmente porque seria inútil, mas posso dizer que não sinto falta.
Esqueci qualquer razão, se ela alguma vez existiu, que tive para me partilhar. (Talvez tenha sido mais por mim do que para ti)
Guardo apenas a imaturidade dos tempos finais, dos tempos actuais.

Esqueceste-te de mim quando finges que um dia não te conheci e que, por isso sei até onde consegues ir… (que, no resumo, não é muito longe).

Esqueceste-te de mim ao tentar dizeres-te meu superior, meu professor de vida, quando sei exatamente até onde vai o teu intelecto (que, até pode ir longe, mas nunca ultrapassa o meu).

Esqueceste-te de mim e de como nunca me conheces-te, de como um dia eu te tentei dizer isso e de como tu não me ouviste. Mas, como tudo na tua vida, o problema estaria fora de ti próprio.

Esqueceste-te de mim para te esqueceres a ti mesmo, mas não é necessário chegares a tanto, lembra-te que metade do que se passou foi somente na tua cabeça (pois os teus actos não foram de homem).

Esqueceste-te de mim quando de mim falas-te sem pensar.

Mas o mais grave de tudo isto, e o que quero que realmente saibas:
Esqueceste-te de mim quando eu mais precisei e depois, como se nada fosse, ainda tentas-te ser cordial com a razão da minha fraqueza… as pessoas que me são mais próximas.


Afinal não me podes esquecer nunca, porque nunca sequer me lembras-te.

O que eu não esqueço de ti? Que, até os bons homens conseguem ser verdadeiramente estúpidos quando se recusam a aceitar as suas próprias limitações (de entre elas a incapacidade de colocar os seus desejos acima mesmo daqueles a que chamam amigos, e de não compreender que, gostar de alguém não é simplesmente te-la).


ao meu leitor secreto:
.|.

(agora identifica-te a ti próprio nestas palavra e vem falar comigo)

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